Dudu era um cara muito estranho, era diferente de todos os adolescentes de sua idade. Ele não se enquadrava em nenhum grupo de amigos. Sempre tirava notas baixas na maioria das matérias, não podia entrar no grupo dos “nerds”. Era péssimo com os esportes, não podia se misturar com os meninos do time da escola, até tentou, mas sua calça rasgou no momento que foi correr para pegar a bola. Não podia estar com os ditos “descolados” (que sempre apareciam com as garotas mais bonitas. Esse grupo também inclui alguns garotos do time de futebol) por dois motivos: não era muito formoso, tinha alguns dentes estragados e algumas acnes e sem falar que adquiria um medo terrível ao aproximar-se de uma garota, acabava passando por um momento constrangedor. Outro grande defeito era o seu nervosismo excessivo que sempre o atrapalhava nas avaliações, apesar de ter uma incrível inteligência.
Mas apesar de tudo Dudu tinha uma característica diferente, pouco encontrada em um adolescente de 14 anos, era seu inacreditável amor pelos números, era sensacional a capacidade que ele tinha para resolver problemas matemáticos. Sempre andava com uma calculadora no bolso, pois enxergava problemas matemáticos para onde quer que olhe. Podia ser a altura de uma casa, a distância que percorria de um lugar para outro e etc.
O fato é que Dudu não se sentia satisfeito com seu dom nato com os números, à matemática não lhe ajudava com as garotas (a não serem os momentos em que alguma vinha pedir sua ajuda com algum problema matemático), não colaborava com os esportes, muito menos com a beleza, porque passava tanto tempo resolvendo enigmas matemáticos que esquecia a vaidade. De todas as formas ele tentou entrar para um “grupinho”, mas todas suas tentativas foram fracassadas.
Foi então que Dudu percebeu que ele não precisava se adequar ao mundo das pessoas, não existia necessidade de trasladar características alheias, ele passou a enxergar dentro de si um novo mundo, uma nova classe de adolescentes de jovens que gostavam de matemática e que não se dão bem com as garotas, que são péssimos em esportes e não se enquadram nos padrões mundiais de beleza. Pela primeira vez na vida Dudu passou a sentir-se importante, passou a andar com a cabeça erguida, até conseguiu novos amigos, depois do enxerto de alto-confiança.
Os anos se passaram e Dudu estava cursando os terceiro período de matemática na faculdade onde encontrou uma bela garota que em pouco tempo inauguraram um namoro. E toda essa história acabou se tornando lembranças de uma adolescência...
Como sei de todas essas coisas? Posso responder apenas dizendo meu nome! Eduardo Silva Duarte também conhecido como Dudu.
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